Na maioria das vezes, uma pessoa só pode nos fazer mal se permitirmos que ela nos afete. Quando a gente reage a uma provocação ou agressão, significa que se deixou atingir. E isso a ponto de processar seus efeitos e gerar uma resposta, inda que apenas íntima e silenciosa. Por outro lado, se a gente desenvolve maturidade para desprezar o mal, ele simplesmente permanece onde está – ou seja, na pessoa que o criou. E ali, somente ali, fará estragos.
Certa vez, li a narrativa de um homem que acompanhou um amigo, num domingo pela manhã, até a banca de jornal.
O jornaleiro, rude e mal-educado, chegou a ser ofensivo com seu péssimo atendimento. Mas o amigo dele manteve sua cordialidade natural e nem fez conta da grosseria. Enquanto iam embora, o homem não se conteve e questionou:
– Por que você foi tão amável com um sujeito tão estúpido?
A resposta saiu simples e serena:
– Porque eu não quero que alguém como ele determine como devo agir.
Quanto a nossa vida poderia avançar, se fossemos menos reagentes aos outros e mais, muito mais, agentes das nossas próprias escolhas?