
Perdão é limpeza que se faz sem ressentimento. Porque é gesto de amor, amor-próprio, essencial à vida que vale a pena viver, e se desdobra àqueles que a gente deseja acolher no peito, e ao Deus que vem habitar onde a pureza ergue seu templo.
O coração assim, livre de entulho, puro, deixa de ser depósito de amarguras, canto escuro onde se esconde e sufoca o pranto, para se transformar em refúgio iluminado, de portas e janelas abertas, fonte de paz e entusiasmo.
Por isso, há muito desisti de ser do tipo que teima em acumular quinquilharias, com essas velhas e decrépitas manias de juntar estorvo. Quero sempre deixar espaço em mim para acolher tudo de bom que a vida tiver a oferecer – especialmente, o novo.