O céu de outono na janela. Lá fora, a cena quintanesca: Seria uma borboleta amarela? Ou apenas uma folha seca? Desprendida, já tão velha... Flutua mansa, leve, serena...
Despede-se da vida com uma dignidade suprema. Dignidade que, nestes tempos, tem faltado a uma gente que não quer, nem sabe ao menos, envelhecer. Gente vazia, que em busca da artificialidade das aparências gasta seus dias. E, num casulo eterno, enquanto seu espírito definha, perde a chance de desenvolver a elegância da sabedoria.
A folha, entregue ao vento, voa no úmido e enevoado entardecer em delicados movimentos, até repousar nalgum canto do chão que há de fecundar. A alma, em harmonia com o tempo, move as asas da sua experiência, até cumprir a sua missão, deixar o legado do seu saber e, elegante borboleta, seguir a um fresco e novo amanhecer.
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