Solidão
Houve tempo em que pensei a solidão
como total ausência.
Não...
Com o tempo descobri na solidão
a oportunidade da presença,
a presença de mim mesmo,
mais completa, mais consciente,
mais plena...
Na conversa silenciosa e íntima,
o autoconhecimento,
o aprofundamento da autoestima,
as descobertas das possibilidades
de autorrealização – e felicidade.
Neste ambiente de solidão,
o corpo se faz altar,
a quietude, liturgia,
comunhão,
com o Sagrado a se manifestar.
Como o velho Erasmo bem sabia:
“Vocatus atque non vocatus, Deus aderit”
– Evocado ou não, Deus está presente.
Principalmente
quando o espaço se abre aconchegante
na solitude do coração.