Seguir em frente


 
 
 
Seguir em frente é o jeito mais simples
de deixar os trechos ruins para trás.

Pedra no caminho


A simplicidade de coração 
faz a gente se encantar 
com a amplitude do horizonte 
de modo a enxergar 
sempre, sempre mais distante, 
além da pedra no caminho.  

No limite das forças

 

A luta sem trégua faz cansar mais do que o corpo... Faz cansar o espírito. Escasseiam as forças, o ânimo escapa, fraquejam até os mais impetuosos corações... Resta apenas a vontade de desistir de uma vez, de abandonar a batalha, de tombar no caminho...

A fé, entretanto, faz a gente ir além. Porque pela fé se confia que ainda é possível sonhar, possível combater, possível conquistar. E o que parece inatingível, acaba alcançado justamente na superação dos limites, no gesto a mais de quem ousa acreditar.


Solidão


Houve tempo em que pensei a solidão
como total ausência.
Não...
Com o tempo descobri na solidão
a oportunidade da presença,
a presença de mim mesmo,
mais completa, mais consciente,
mais plena...
Na conversa silenciosa e íntima,
o autoconhecimento,
o aprofundamento da autoestima,
as descobertas das possibilidades
de autorrealização – e felicidade.
Neste ambiente de solidão,
o corpo se faz altar,
a quietude, liturgia,
comunhão,
com o Sagrado a se manifestar.
Como o velho Erasmo bem sabia:
“Vocatus atque non vocatus, Deus aderit”
– Evocado ou não, Deus está presente.
Principalmente
quando o espaço se abre aconchegante
na solitude do coração.

No pomar do coração

 



Sentimento é reação do instinto. Pode brotar de mansinho ou explodir no coração, pode ser gostoso ou aflitivo, inspirar amor ou irritação... Inevitável reagir emotivamente às coisas que a gente vivencia.

O importante, mesmo, está em aprender a discernir qual sentimento se rega e qual se poda, porque isso determina o que a gente colhe...

Ou, inversamente, o que a gente arruína.

Coisas de viagem




Está nos preparativos a graça da viagem,
nos planos que se traça antes dos começos
e recomeços,
na ansiedade dos tempos de espera,
e nas saudades do que fica para trás...
Além, é claro,
da emoção substantiva da jornada.
A chegada,
a chegada é quando todo sonho e frustração
se concretiza
e toda expectativa
se finda.
Ali, bagagem na mão,
a gente avalia
(nada mais há que fazer)
se valeu a pena ou não,
enquanto os anjos suspiram:
– Ah, se fosse minha a chance de viver!